Fala, Bazan aqui!

Enquanto você lê esta newsletter, deputados em Brasília estão discutindo como taxar suas criptomoedas para tampar o buraco do orçamento.

O presidente da Câmara, Hugo Motta, colocou a taxação de criptoativos como uma das “principais opções sobre a mesa” para substituir o IOF que seria cobrado em compras internacionais.

É aquela velha história: governo precisando de dinheiro, olhando para onde tem movimento financeiro.

O que eles não percebem: a mesma tecnologia que querem tributar pode economizar centenas de reais seus em cada viagem internacional.

É como se estivessem debatendo como taxar a roda enquanto você já descobriu que ela te leva mais longe, gastando menos combustível.

Porque enquanto eles se preocupam em como nos extrair mais recursos, as stablecoins se consolidaram como a forma mais barata de você ter e usar dólares no exterior. E não estou falando de teoria – estou falando de números comprovados.

Fiz as contas. Peguei uma simulação real de R$ 5.000 e comparei três caminhos: cartão de crédito tradicional, conta de moeda estrangeira e stablecoins.

O resultado vai te surpreender.

O Jogo Político das Taxas

A conta é simples: o governo precisa de R$ 35 bilhões para fechar as contas de 2025.

E adivinhe onde eles estão olhando? Para um mercado que movimentou entre 250 a 400 bilhões de reais só no ano passado.

Paulo Camargo, CIO aqui da Underblock, resumiu bem na CNN: “Trazer o IOF para esse segmento seria aumentar ainda mais a carga tributária pro setor”. Porque já existe tributação – pagamos imposto de renda sobre ganhos de capital.

O problema que nenhum deputado quer admitir: cripto não tem fronteira.

Guilherme Sacamoni, CEO da OKX Brasil, jogou a real em uma outra inserção, também para a CNN Money: “55% do volume em reais já é negociado em exchanges internacionais”.

Traduzindo: mais da metade do dinheiro brasileiro em cripto já vazou para fora.

Agora imagina o que acontece quando você torna o ambiente brasileiro ainda mais caro?

É como tentar segurar água na mão. Quanto mais você aperta, mais escapa pelos dedos.

E enquanto eles discutem como nos cobrar mais, uma oportunidade prática se escancara bem na nossa frente.

A Matemática Que Ninguém Te Conta

Estruturas de custo
Cartão de crédito Dólar comercial + Spread (normalmente de 4 a 6%)
+
IOF 3,5%
Conta de Moeda Estrangeira Dólar comercial
+
Taxa (de 2% a 1% Nomad)
+
IOF 3,5%
Cartão de Stablecoins Cotação da Stablecoin no mercado
+
Taxa da Corretora (0,18% formador OKX)
+
Taxa de Saque da Blockchain (Arbitrum USD 0,098)

Peguei R$ 5.000 e testei três caminhos para transformar em dólares para uma viagem. Três táxis para o mesmo destino, três preços diferentes.

  • Dólar comercial: 5.56
  • USDT/BRL OKX: 5.60
  • Montante para simulação: 5000

A Simulação:

SIMULAÇÃO 5000 reais

Conversão para dólar

Taxas em dólar

Total de dólares

Cartão de crédito

899.28

76.44

822.84

Nomad

899.28

49.46

849.82

OKX + Offramp

892.86

1.71

891.15

Primeiro táxi: Cartão de crédito tradicional

Você paga o dólar comercial (R$ 5,56 na cotação atual), mais um spread que varia entre 4% a 6% dependendo do banco (considerei um spread de 5%), mais IOF de 3,5%.

Resultado? Seus R$ 5.000 viraram US$ 822,84.

Segundo táxi: Conta de moeda estrangeira (Nomad)

Mesma cotação do dólar comercial, taxa de conversão entre 1% a 2% (depende do seu nível no programa de fidelidade), mais IOF de 3,5%.

Resultado? US$ 849,82.

Terceiro táxi: Stablecoins via OKX + Offramp

Aqui a coisa muda.

Você compra USDT pelo preço de mercado (R$ 5,60), paga 0,18% de taxa na OKX para quem faz ordem limite, mais 10 centavos de dólar para transferir pela blockchain Arbitrum.

Resultado final? US$ 891,15.

A diferença é brutal: você tem US$ 69 a mais usando stablecoins versus cartão de crédito. Em uma viagem de R$ 5.000, isso são R$ 384 extras no seu bolso.

É como se o banco tradicional cobrasse pedágio numa estrada cheia de buracos, enquanto a rota cripto te leva pela via expressa gastando menos combustível.

E tem mais: enquanto seu cartão de crédito vai te cobrar spread dos bancos que variam de 0% a 7% (exemplos: Safra cobrando 7%, Sicoob 0% etc), as stablecoins mantêm consistência global.

O Dólar Invisível

Stablecoin é um nome complicado para algo absurdamente simples: dólares que vivem na internet.

Pense assim: você tem uma conta bancária que sempre mantém exatamente US$ 1 para cada token que existe. Essa é a Tether (USDT) – uma empresa que promete: “Para cada USDT que criamos, temos US$ 1 real guardado”.

E funciona. A Tether tem mais de 150 bilhões de dólares circulando pelo mundo. É quase como se fosse um banco digital global que emite dólares eletrônicos.

O detalhe importante: o preço do USDT no mercado brasileiro não é igual ao dólar comercial.

Por quê? Oferta e demanda.

Quando muita gente quer comprar USDT no Brasil, o preço sobe um pouco.

Quando querem vender, desce um pouco.

Na minha simulação, o dólar comercial estava R$ 5,56 e o USDT na OKX estava R$ 5,60.

É como comprar dólar no mercado paralelo – o preço oscila conforme a pressão de compra e venda. Mas a diferença é pequena e, na média, compensa pelos custos menores.

A mágica acontece quando você transfere esses USDT para um cartão como a Offramp. De repente, você tem um cartão que funciona no Apple Pay, Google Pay, e gasta dólares de verdade em qualquer lugar do mundo.

É ter uma conta em dólar que não precisa de agência bancária, gerente ou IOF.

O Paradoxo do Governo

Aqui está a ironia deliciosa de toda essa situação: ao tentar taxar criptomoedas, o governo pode fazer a melhor propaganda gratuita para elas.

É como proibir carros para vender mais cavalos. Não faz sentido.

Guilherme Sacamoni explicou o óbvio que Brasília se recusa a ver: “Qualquer pessoa com acesso ao celular e internet pode abrir uma conta em uma corretora internacional”.

Resultado? Quanto mais caro fica investir em cripto no Brasil, mais brasileiros migram para exchanges internacionais. E aí sim perdemos tudo – impostos, controle, proteção ao consumidor.

É exatamente o que já acontece: 55% do volume em reais já é negociado fora do país. A taxação adicional vai empurrar o resto.

Pior ainda: enquanto eles discutem como nos tributar, mais gente descobre que pode usar stablecoins para economizar em viagens. É marketing reverso – quanto mais falam em taxar, mais pessoas pesquisam alternativas.

Paulo Camargo resumiu: “Quem paga no fim do dia é o consumidor final”. Mas o consumidor atento já descobriu como não pagar.

O governo quer tampar o buraco fiscal, mas pode cavar outro maior – o êxodo definitivo do mercado cripto brasileiro para exchanges internacionais.

Seu Manual de Sobrevivência

Chega de teoria. Vou te mostrar um passo a passo para você economizar centenas de reais na próxima viagem:

1. Compre USDT na OKX

  • Abra conta na OKX Brasil (regulada pela CVM)
  • Deposite reais via PIX
  • Compre USDT no mercado à vista usando ordem limite (paga só 0,18% de taxa)

2. Transfira para o Offramp

  • Crie uma conta gratuita no app Offramp
  • Envie USDT da OKX via rede Arbitrum (custa ~10 centavos de dólar)
  • Ative o cartão virtual instantaneamente

3. Use no mundo real

  • Adicione no Apple Pay ou Google Pay
  • Gaste dólares direto do USDT
  • Zero IOF, zero spread bancário

Cuidados importantes:

  • Monitore a cotação USDT/BRL antes de comprar
  • Se estiver muito acima do dólar comercial, espere normalizar
  • Comece com valores pequenos para testar o processo
  • Mantenha algum dinheiro em métodos tradicionais como backup

O cartão virtual é gratuito. Só paga se quiser o físico.

E o melhor? Enquanto deputados debatem como nos taxar mais, você está pagando menos e gastando dólares de verdade no exterior.

A matemática é simples: enquanto eles debatem como nos taxar mais, nós podemos usar a tecnologia que eles querem tributar para economizar centenas de reais em cada viagem. É quase poético.

Seus R$ 5.000 viram US$ 891 via stablecoins versus US$ 822 no cartão tradicional. Uma diferença de R$ 384 que fica no seu bolso, não no cofre público.

E aqui está a melhor parte de todas: quanto mais o governo fala em taxar criptomoedas, mais gente descobre que elas podem ser a solução para gastos internacionais mais baratos.

É como se quisessem proibir a internet para salvar os correios. O resultado?

Aceleram exatamente aquilo que tentam controlar.

Enquanto deputados fazem contas de quanto podem arrecadar, brasileiros sábios fazem contas de quanto podem economizar. E as stablecoins vencem essa equação toda vez.

Ironicamente, ao tentar taxar as criptomoedas para arrecadar mais, o governo entrega a você a melhor justificativa para usá-las.

Até a próxima semana,

Vinícius Bazan

Radar de Mercado

Trump vs. Musk: O fim do “bromance”

Os últimos 10 dias viram uma ruptura pública entre Trump e Elon Musk sobre gastos governamentais.

Musk chamou o projeto fiscal de Trump de “abominação nojenta”, enquanto Trump disse que Musk “ficou maluco”.

Como isso afeta você: Instabilidade política sempre afeta mercados, mas cripto tem se mostrado resiliente a dramas pessoais.

Circle estreia na NYSE valorizando quase 300%

A empresa por trás da stablecoin USDC abriu capital e explodiu em valorização.

Como isso afeta você: Mostra que o mercado tradicional está abraçando definitivamente as stablecoins como infraestrutura financeira.

Trump Media lança ETF de Bitcoin

A empresa de mídia de Trump registrou pedido para criar um ETF que investirá diretamente em Bitcoin.

Como isso afeta você: Mais uma confirmação de que Bitcoin se tornou mainstream até para quem já foi cético.

Trump: “China não é um país fácil”

Em evento de investimentos, Trump disse que as negociações comerciais com a China “estão indo bem”, mas destacou que o país asiático “não é fácil”.

Como isso afeta você: Tensões comerciais EUA-China historicamente beneficiam Bitcoin como reserva de valor alternativa. Fique de olho se a coisa esquentar.

Saylor derruba medo da computação quântica

Michael Saylor, CEO da MicroStrategy, disse que computação quântica não vai acabar com Bitcoin e chamou essas previsões de “jogadas de marketing”.

Como isso afeta você: Quando o maior holder corporativo de Bitcoin do mundo não está preocupado, você também não deveria estar. É mais FUD (medo, incerteza, dúvida) do que realidade.