Imagine acordar amanhã e descobrir que todo o seu dinheiro simplesmente desapareceu da sua conta bancária.

Não por roubo, não por ataque hacker.

Mas porque o próprio governo decidiu que você não poderia mais acessá-lo.

Se parece ficção científica, lembre-se: já aconteceu no Brasil.

Em 1990, o então presidente Fernando Collor confiscou 80% dos depósitos financeiros dos brasileiros da noite para o dia.

Agora, em 2025, estamos às portas de algo que pode ter um alcance ainda maior: o DREX, a versão brasileira da moeda digital de banco central (CBDC).

Prefere entender mais disso em vídeo? Assista agora mesmo ao nosso documentário completo no canal da Underblock no YouTube:

O que você vai ver neste artigo

Assim como no documentário, organizamos este conteúdo em quatro partes para facilitar a compreensão:

  1. A verdadeira história do DREX
  2. O que mudou e por que devemos nos preocupar
  3. O poder do controle total
  4. Como você pode se proteger

1. A verdadeira história do DREX

Antes de olharmos para o futuro, é preciso entender como tudo começou.

O DREX — abreviação de Digital Real X — é a versão brasileira de uma CBDC (Central Bank Digital Currency), ou moeda digital de banco central.

A proposta nasceu em 2020 com o nome de Real Digital. A ideia inicial era ousada: usar blockchain, permitir contratos inteligentes e tokenizar ativos. Em outras palavras, parecia que o Brasil iria finalmente adotar os benefícios da descentralização — transparência, segurança e imutabilidade.

Porém, em setembro de 2025, o Banco Central mudou de direção. Fábio Araújo, coordenador do projeto, anunciou:

“Não vamos mais usar blockchain. Não vamos mais tokenizar ativos. O DREX será um sistema centralizado e muito mais simples.”

Essa virada deixa claro que o DREX se distancia da promessa de inovação aberta e avança em direção a um modelo de controle centralizado.

Tipos de CBDC: atacado e varejo

Existem dois modelos de CBDCs no mundo:

  • Wholesale (atacado): usado apenas entre bancos e grandes instituições. O cidadão comum sequer percebe sua existência.
  • Retail (varejo): é quando pessoas físicas e jurídicas passam a usar a moeda digital em suas transações do dia a dia. É nesse formato que o governo ganha poder total de rastrear, limitar e até bloquear o uso do dinheiro.

Um exemplo prático vem da China, que já lançou o Yuan Digital. Com mais de 500 milhões de usuários e trilhões de yuans transacionados, o governo admite que não há anonimato e que todas as transações são monitoradas.

O paralelo é direto: enquanto o modelo wholesale seria como uma estrada de serviço exclusiva para caminhões, o retail seria uma rodovia obrigatória para todos os cidadãos — onde o governo controla os pedágios, a velocidade e até o destino.

2. O que mudou e por que devemos nos preocupar

A grande mudança de 2025

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou em 2025 que o DREX brasileiro seria do tipo wholesale, apenas entre bancos. Isso deveria nos tranquilizar, certo? Errado.

A história brasileira mostra que sistemas centralizados podem ser usados contra a população. Basta lembrar do Plano Collor, quando 80% do dinheiro em circulação foi bloqueado por decreto.

Se isso foi possível em 1990, quando ainda havia papel-moeda em abundância, imagine o impacto num sistema 100% digital e centralizado.

O movimento contrário dos EUA

Enquanto o Brasil avança no projeto, os Estados Unidos caminham na direção oposta. Em janeiro de 2025, Donald Trump assinou uma ordem executiva proibindo qualquer CBDC no país. Poucos meses depois, o Congresso aprovou o Anti-CBDC Surveillance State Act, alegando que essas moedas digitais ameaçam a liberdade individual.

O contraste é evidente: enquanto uma potência mundial rejeita o risco, o Brasil segue testando a ideia.

Lições da Nigéria

Outro exemplo vem da Nigéria. O eNaira, lançado inicialmente como uma opção voluntária, acabou imposto à população quando o governo determinou que bancos deveriam forçar sua distribuição.

O padrão é claro: projetos de CBDC começam discretos, quase invisíveis, mas podem evoluir rapidamente para a obrigatoriedade.

3. O poder do controle total

Se o DREX avançar para o modelo varejo, o impacto no dia a dia pode ser gigantesco. Entre as possibilidades:

  • Rastrear cada centavo gasto em tempo real
  • Bloquear contas instantaneamente
  • Definir onde o dinheiro pode ou não ser usado
  • Colocar validade no dinheiro digital
  • Aplicar juros negativos diretamente nas contas

Exemplos práticos

  • Você participa de um protesto contra o governo. No dia seguinte, sua conta é bloqueada por “atividade suspeita”.
  • O governo decide proibir apostas online. Seu dinheiro simplesmente deixa de funcionar nesses sites.
  • Auxílios governamentais só podem ser gastos em supermercados autorizados — e expiram em 30 dias.

Esses cenários não são distantes. Já existem relatos semelhantes em países que adotaram CBDCs. Na China, por exemplo, o Yuan Digital já foi usado como ferramenta de controle social.

4. Como se proteger do DREX

Não há como parar o avanço da tecnologia. O DREX provavelmente existirá em algum formato a partir de 2026. Mas isso não significa que você precise ficar 100% exposto.

Três formas legais de proteção

  1. Bitcoin e criptomoedas
    O Bitcoin funciona em uma rede descentralizada. Enquanto você tiver as chaves da sua carteira, ninguém pode confiscar ou bloquear seus fundos.
  2. Stablecoins
    Moedas digitais atreladas ao dólar, como USDT e USDC, unem praticidade e estabilidade. Permitem preservar valor em moeda forte sem precisar de conta no exterior.
  3. Contas internacionais
    Manter parte do patrimônio em bancos ou corretoras no exterior é uma forma tradicional de diversificação. Não elimina riscos, mas protege contra intervenções locais.

Plano de ação sugerido

  • 20% em Bitcoin (reserva de valor e proteção contra inflação e controle)
  • 10% em stablecoins (liquidez internacional)
  • Parte em contas no exterior (diversificação geográfica)

O DREX de 2026 provavelmente começará como um sistema restrito a bancos. Mas a questão central é: você confia que ele nunca vai evoluir para algo mais invasivo?

A história mostra que, quando governos ganham novos poderes, dificilmente devolvem à população.

Se o futuro da moeda digital no Brasil será liberdade ou vigilância, ainda não sabemos. Mas você pode se antecipar, diversificar e se proteger desde já.

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