Você saberia dizer onde termina o sistema financeiro tradicional e onde começa cripto hoje? Se sua resposta foi “não sei”, você está mais próximo da realidade do que imagina.

Durante três dias em Singapura, vi essa fronteira desaparecer diante dos meus olhos.

O que você está prestes a descobrir nas próximas linhas vai mudar sua forma de enxergar o mercado cripto. Porque não estamos mais falando de uma “alternativa” ao sistema tradicional. Estamos falando da evolução natural dele.

Na TOKEN2049, presenciei algo que mudou minha perspectiva sobre o que está realmente acontecendo no mundo financeiro. Não foram os anúncios bombásticos ou as palestras motivacionais que me chamaram atenção.

Foi algo muito mais sutil e, ao mesmo tempo, revolucionário: vi CEOs de bancos tradicionais conversando naturalmente com fundadores de protocolos DeFi como se fossem parceiros de longa data.

Este artigo não é sobre o que pode acontecer no futuro. É sobre o que já está acontecendo agora, enquanto você lê estas palavras.

A Ponte Está Pronta

Tive a oportunidade de tirar uma foto com Tom Lee, da Fundstrat, antes da palestra.

Tom Lee não é apenas mais um analista de Wall Street. Como CIO da Fundstrat e mente por trás da BitMine, ele controla 2% de todo o supply de Ethereum – com a meta declarada de chegar a 5%. Quando alguém com essa posição fala, o mercado escuta.

E o que ele disse em Singapura foi cristalino: “O Ethereum é o Bitcoin turbinado”.

Pense assim: se Bitcoin foi a primeira ponte construída entre o mundo tradicional e o digital, Ethereum é a ponte dourada – mais larga, mais sofisticada, capaz de suportar um tráfego muito maior.

E Lee não está apenas falando sobre isso. Ele está apostando bilhões nisso.

Na sua fala, Lee reforçou: “quanto maior a base, maior o salto”, destacando que depois de três anos de consolidação o Ethereum está pronto para um novo ciclo de valorização.

Os ETFs de Bitcoin já se tornaram os mais bem-sucedidos da história do mercado financeiro tradicional. O insight que poucos perceberam é que esses ETFs não foram criados para “facilitar o acesso ao Bitcoin”. Eles foram criados porque Wall Street finalmente entendeu que não pode ignorar cripto.

Segundo Lee, já existe quem projete o Bitcoin ultrapassando a capitalização do ouro, o que colocaria o preço acima de US$1 milhão.

Lee destacou algo que deveria fazer você repensar sua estratégia: instituições financeiras tradicionais não estão apenas “experimentando” com DeFi.

Elas estão construindo infraestrutura em Ethereum.

A rede se tornou a base das stablecoins, que Lee chamou de “o verdadeiro meio de campo entre finanças tradicionais e cripto”.

A Tether, mencionada por Lee, não é mais uma empresa de cripto. É uma das instituições financeiras mais rentáveis do mundo.

Quando você vê essa movimentação institucional massiva, percebe que não estamos mais falando de “adoção”. Estamos falando de integração completa.

O Consenso dos Gigantes

Teve um momento na TOKEN2049 que me fez parar e pensar: “Isso aqui vai mudar tudo mesmo”. Foi durante o painel “Próximo Capítulo de DeFi”, com os CEOs da Aave, Ethena e Hyperliquid.

Três protocolos diferentes, três visões distintas de mercado, mas uma resposta unânime: tokenização de ações será a próxima revolução.

Eles fizeram um paralelo que é pura genialidade: lembra como os derivativos on-chain eram dominados pelas corretoras centralizadas? A Hyperliquid mudou isso. Agora, o mesmo vai acontecer com ações tradicionais.

Imagina assim: hoje você compra uma ação da Apple na bolsa tradicional.

Amanhã, você vai comprar um token que representa essa mesma ação, mas negociado 24/7 em mercados perpétuos on-chain.

Mais eficiente, mais líquido, mais transparente.

Segundo os CEOs, esse novo modelo de negociações é exclusivo de cripto, mais eficiente que mercados futuros tradicionais, e até bolsas tradicionais estudam listar ações tokenizadas perpétuas on-chain.

E aqui vem a parte que deveria te deixar em alerta: bolsas tradicionais já estão explorando isso. Não é resistência. É colaboração.

Os três CEOs concordaram que protocolos posicionados nessa fronteira vão se beneficiar massivamente. Porque não é sobre “cripto vs tradicional”. É sobre eficiência vs ineficiência.

Pense nesta analogia: é como quando mapas digitais substituíram mapas físicos. Não foi uma guerra. Foi uma evolução natural rumo à praticidade.

E quem estava do lado certo dessa evolução multiplicou valor.

Quem ficou preso no passado virou história.

Stablecoins Viraram Passaporte

Jesse Pollak, fundador da Base, deixou uma coisa clara em sua apresentação: até 2026, todas as moedas fiduciárias estarão representadas como stablecoins na rede.

Real brasileiro, dólar americano, euro, iene. Todas. Digitalizadas, interoperáveis, funcionando 24/7.

Pense nas stablecoins como passaportes digitais.

Antes, você precisava de documentos diferentes para viajar para países diferentes. Agora, com um único “passaporte” (sua carteira cripto), você transita entre todas as moedas do mundo em segundos.

Pollak reforçou que a Base não quer apenas escalar globalmente, mas garantir relevância regional: já há stablecoins locais em circulação em comunidades, inclusive no Brasil, conforme mostrado nos slides do evento.

App mobile da Base, ainda em versão beta.

A Base já lançou stablecoins do dólar de Singapura e dólar australiano durante o evento. Outro anúncio foi o beta do app mobile da Base, liberado exclusivamente para quem estava lá e com acesso feito por esse QR Code que acrescentei aqui nessa edição 👆️

Não é futuro. É presente.

Mas o grande movimento veio do Paolo Ardoino, CEO da Tether.

Ele anunciou a USAT, uma stablecoin focada no mercado americano que já vai chegar integrada à Rumble – 50 milhões de usuários.

Se isso se concretizar como planejado, será o maior onboarding cripto da história. Cinquenta milhões de pessoas com acesso direto a stablecoins, sem nem perceberem que estão “entrando no mundo cripto”.

É como quando o Pix chegou no Brasil. As pessoas não pensaram “estou usando tecnologia bancária digital”. Elas pensaram “isso é muito mais prático”.

A mesma coisa está acontecendo globalmente com stablecoins. E quem entender isso primeiro vai surfar a onda. Quem demorar vai remar contra.

Segundo Ardoino, a USAT será emitida pela Anchorage, com suporte da Cantor Fitzgerald, lançamento ainda este ano, 100% regulada sob a GENIUS Act e construída junto a bancos locais.

Wall Street aprendeu Cripto

A gravação ao vivo do “The Chopping Block” foi um masterclass sobre como grandes mentes financeiras enxergam o mercado hoje.

Na mesa estavam Tom Lee (Fundstrat/BitMine), Arthur Hayes (BitMEX), Tom Schmidt (Dragonfly Capital) e Tarun Chitra (Gauntlet).

Eles não estavam debatendo “se” cripto vai dar certo. Estavam debatendo qual setor vai dominar primeiro.

Na conversa, analisaram a Plasma (XPL), blockchain voltada a stablecoins, e foram unânimes: consideraram fraca, voltada só para “farm”, e não pretendem alocar capital devido ao valuation atual.

Mais um insight que mudou a minha perspectiva: Tom Lee revelou que a Fundstrat já usa dados da Polymarket como termômetro de sentimento em tempo real.

Uma gestora tradicional usando prediction markets cripto como ferramenta oficial de análise.

Isso não é adoção. É absorção.

Arthur Hayes, sempre provocativo, defendeu que renda fixa on-chain vai ser o próximo grande movimento.

Citou a Pendle e argumentou que investidores tradicionais vão migrar para protocolos que oferecem rendimento mais transparente e eficiente.

Mas o consenso dos três outros foi claro: perp DEXes ainda têm muito espaço para crescer. A Hyperliquid provou que é possível “roubar” mercado das centralizadas oferecendo experiência superior.

Hayes justificou que vendeu sua posição em Hyperliquid ao ver concorrentes ganhando espaço e pelos futuros desbloqueios do token HYPE— parte do que leva outros participantes a defenderem ainda a força do setor de Perp DEXes.

E aqui está a sacada que você precisa entender: não é sobre “cripto substituir finanças tradicionais”. É sobre ferramentas mais eficientes absorvendo mercado de ferramentas menos eficientes.

Como quando Netflix não “matou” a TV. Ofereceu uma experiência melhor e o mercado migrou naturalmente.

No último dia, a Coinbase trouxe uma surpresa:

O piloto Fernando Alonso, vencedor da Fórmula 1, compartilhou experiências da corrida em Singapura e foi aplaudido. Houve ainda debates sobre Bitcoin, Ethereum e DePIN.

Conclusão

Esta não é uma previsão sobre o futuro. É o retrato do presente.

A fusão já aconteceu nos bastidores, nos escritórios dos gigantes, nos corredores da TOKEN2049. O que você faz com essa informação agora é que determina se você surfa essa onda ou fica assistindo ela passar.

A pergunta não é mais se as finanças tradicionais e cripto vão se fundir.

A pergunta é: você vai estar posicionado quando isso acontecer de vez, ou vai assistir de fora mais uma oportunidade passar?

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Por hoje é isso, obrigado pela leitura.